Seus pés não tocam mais o chão. Ele entra em outro plano. O plano da ilusão. O plano da sabedoria. O plano da paz.
Ele pensa em tudo de uma só vez, mas de uma forma organizada, que apenas ele entende. E ele sabe que ninguém mais entenderia. Ele não quer que alguém entenda. É o seu mundo. Suas vontades.
Vontade de abraçar a todos, mas não há ninguém digno de receber seu abraço. Apenas uma pessoa. Uma pessoa que está a uma distância tão grande, que nem o plano em que ele se encontra consegue levá-lo.
Obrigações o prendem. Obrigações que ele gosta e desgosta. Obrigações que o fazem uma pessoa diferente, mas que ao mesmo tempo não mudam nada em sua vida.
Ternura. Agressividade. Alegria. Tristeza.
Uma última nota é tocada. Seus pés voltam à tocar o chão. Pessoas ignorantes recomeçam a encará-lo como um maluco. Medíocres continuam a guiar seus carros de volta para casa para o final de mais um dia de rotina repugnante.
O plano já não existe mais. A música cessou. O que sobra é apenas aquele horrível sentimento. Desgosto.
Muito legal, gostei mesmo.
A música para mim, desde que melodiosa, suave e calma, de preferência só instrumental, eleva minha consciência.
Quando medito, a música ajuda a soltura da minha consciência a passear em outros planos.
Um abraço.
Drauzio Milagres